19 May 2019 11:22
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<h1>Detroit Corresponde à Obsessão Pelas Ruínas Pela Cultura Pop Contemporânea</h1>
<p>RESUMO A começar por temporada em Detroit, antiga capital do carro, o autor explora o território da ruína nas representações culturais contemporâneas. Contrário do motivo dos vestígios em obras do passado, a impressionante decadência da cidade, presente em videos ou pela arte, se reveste de um sugestivo glamour hipster. Era a primeira tempestade de neve do último inverno. No momento em que o dia amanheceu, um manto branco neste momento cobria tudo e, ao longo do dia, Detroit seria soterrada por uma avalanche gélida. Dentro do Instituto de Artes, eu me sentia num daqueles globos de neve de trapaça que, no momento em que chacoalhados, realizam uma chuva de purpurina despencar sobre a cidadezinha submersa pela esfera de vidro.</p>
<p>No entanto, imensa e vazia, Veja Como Foi A conversa Com Geisy Arruda hoje não faria um prazeroso suvenir. Nos anos 1930, no momento em que pintou seus enormes murais no museu, Diego Rivera quem sabe nem sonhasse com o quadro de decadência que dominaria o lado de fora deste prédio. Seu elogio à indústria é hoje uma visão apaixonada de uma realidade que prontamente não existe. Nas laterais da obra, estão visões da fábrica de Mont Rouge, onde a Ford neste instante tinha instalado enormes linhas de montagem.</p>
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<li>Cinquenta e nove Muito obrigado Thiago</li>
<li>cinco Theodore Nott</li>
<li>Carros (2006)</li>
<li>Como saber se um homem mulherengo está apaixonado</li>
<li>#trinta e três elidiane</li>
<li>Hakim Bey, TAZ</li>
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<p>Fora do pátio de Rivera, porém, as galerias do museu parecem esquecidas. Quadros de Van Gogh, Picasso, Bruegel e esculturas de Bernini e Rodin olham para o vago. Os funcionários que restam esperam o tempo ir até a hora de reverter para moradia, e o público minguado faz rondas letárgicas em redor das peças. Hikari Sentai Maskman , um artista que mora pela cidade, veio me localizar na porta dos fundos do museu. Ele ficou de me notabilizar alguns dos espaços ocupados e reconfigurados pelos tipos criativos de Detroit.</p>
<p>Mesmo nas cores vibrantes, os murais perdiam o fulgor quando vistos no meio da tempestade de neve. Na noite anterior, assim como uma pancada de chuva atingira a cidade, logo antes da queda das temperaturas, e as árvores emoldurando os grafites tinham os galhos envoltos em uma camada de gelo. Pareciam feitas de vidro, contra os descampados que brilhavam esbranquiçados. Tudo em volta lembrava um set de filmagem, a visão hollywoodiana da metrópole distópica que se torna ainda mais dramática no silêncio da neve. Tatá Werneck E Ingrid Guimarães Disputam Marcio Garcia Em ‘Loucas Afim de Casar’ é magro, tem cabelos compridos escondidos debaixo de um gorro vermelho, os dentes manchados pelo cigarro, unhas encardidas de graxa e o rosto, mesmo jovem, marcado por rugas prematuras.</p>
<p>Ele nasceu em Dallas, estudou artes plásticas em uma faculdade de elite em Nova York e, desistindo de ter três empregos pra pagar o aluguel do Brooklyn, decidiu tentar a vida em Detroit. Ele mora sem custo num dos galpões que um investidor nova-iorquino comprou ali. Em troca, trabalha como designer de interiores dos restaurantes nesse mesmo empresário, pinta murais e também faz todo o trabalho duro nas reformas dos imóveis. No piso térreo do galpão onde mora, tem êxito uma loja que vende tudo o que saqueadores urbanos conseguiram resgatar das ruínas de casas abandonadas. À noite, o recinto lembra um video de terror, com banheiras, canos, esquadrias, chapas de vidro e portas acumuladas.</p>
<p>Mockovciak, que atravessa todos os dias a loja fechada pra entrar a teu ateliê, virou um especialista nessas relíquias. Mesmo no escuro, só apalpando mesas, cadeiras, fechaduras e caixilhos, vai falando o objeto, a época e o provável designer das peças -"puro bronze, anos 1920, Charles e Ray Eames". No andar do alto, onde desenvolveu até uma quadra para jogar peteca, também está o loft que desenvolveu para residir.</p>